segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Fidelidade de Deus

"O Deus de toda a graça... lhe dará forças e os porá sobre firmes alicerces." - 1 Pedro 5.10

Em sua epístola, Pedro nos conforta e alegra o coração. Por causa da desobediência de um homem (Adão), o pecado entrou no mundo; mas por causa da obediência de um outro – Jesus Cristo – a redenção chegou a nós. Os conselhos do apóstolo Pedro à Igreja nos remete à lembrança de um Deus de misericórdia e graça, que nos amou tanto que deu seu Filho e assim também, nos manterá fortes e firmes no Seu amor.

Continuando este pensamento gostaria de tratar sobre um encontro perverso e covarde. É o encontro com o sumo sacerdote Caifás. Este era genro de Anás (abreviatura de Ananias), ex-sumo sacerdote e que ainda exercia muita influência. Caifás mandou Jesus primeiro a Anás, para agradá-lo. Caifás sugeria que alguém devia morrer e havia incitado o povo contra Jesus. É o que está relatado em João 18: 13 – 24. Anás interroga o Mestre na presença de soldados e um destes dá uma bofetada em Cristo. Anás devolve o Senhor, algemado, a Caifás.

Reúne-se o Sinédrio em sua sala de sessões numa dependência do templo de Jerusalém ou no palácio sacerdotal. O sinédrio era um tribunal civil e religioso que podia decidir todas as questões civis e religiosas entre o povo judeu.  O governo romano garantia-lhes essa autoridade. Podiam até condenar réus à morte, todavia, a execução dessa sentença ficava dependente da aprovação do representante da Roma, no caso, Pilatos. O sinédrio era composto de setenta membros, mais o sumo sacerdote, como seu presidente, como já foi dito. Entre os membros estavam: ex-sumo sacerdotes, anciãos e escribas, de preferência saduceus. Veja Marcos 14: 53.

Em nossos dias, quando uma figura conhecida na cidade vai a julgamento por um juri, o fato desperta a atenção de todo o povo, muitas vezes transpondo os limites da cidade, do Estado e até do país, por causa da facilidade de hoje, nos meios de comunicação, de que se serve a imprensa.

No Sinédrio desfilaram as testemunhas, dizendo isto e aquilo que Cristo fizera ou falara. O tribunal, todavia, precisava que algum testemunho – verdadeiro – coincidisse com alguma proibição da lei ou das Escrituras. Não surgia a necessária acusação que encontrasse apoio legal. Isso só aconteceu quando o próprio sacerdote perguntou a Cristo: "És tu o Filho de Deus?" (Mateus 26: 63 e Marcos 14: 61). A resposta de Jesus foi positiva. Essa resposta o condenou. Os judeus consideravam como "blasfêmia" qualquer coisa que colocasse alguém em paralelo com Deus. A lei não era explícita sobre isso, mas os escribas podiam incriminá-lo lembrando-lhe as palavras do verso 18 do Salmo 83.

Na sala de audiência o Mestre sofreu todo tipo de humilhação. Foi esbofeteado, cuspido no rosto, trocaram suas vestes, zombaram e se divertiram durante esse encontro perverso. Ele sofreu tudo isso por mim e por você, caro leitor.

Você e eu podemos estar representados na pessoa de Pedro que depois de negá-lo perante os serviçais procurava aquecer-se ao lume (fogo, fogueira), lá fora, no páteo (João 18: 18). Você e eu, se quisermos, poderemos ser incluídos naquele olhar de Cristo, através da janela, que foi tocar o coração de Pedro. Você e eu, se quisermos, poderemos sair como Pedro, "para chorar amargamente" (Lucas 22: 61, 62). Eu quero. Você quer?
(Material extraído do livro – Encontros com o Mestre – Alberto Blanco de Oliveira)Editora RenovarA Página Distribuidora de Livros

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