terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Leproso Curado

Poderíamos chamar este de: "O encontro da purificação". Descendo Jesus, após proferir o seu "Sermão do Monte", encontra-se com um leproso que suplica por sua cura (leitura em Mateus 8: 1 – 4; Marcos 1: 40 – 45 e Lucas 5: 12 – 16).
A lepra tem sido, desde as primeiras páginas da história, um grande desafio à ciência médica. Continua a ser objeto de estudos e pesquisas até hoje. Os povos antigos usaram de artifícios os mais curiosos para isolar e identificar esses enfermos. Em Israel, o doente era obrigado a viver fora dos limites da cidade, e quando visse alguém se aproximar deveria gritar: imundo, imundo! Em Portugal, por exemplo, os leprosos andavam com uma espécie de matraca, cujo ruido os identificava como enfermos. Por ser a lepra uma doença contagiosa, os leprosos sempre foram afastados do convívio com a sociedade e até mesmo dos parentes e amigos. Uma visita a um leprosário faz qualquer um entender por que tanto medo dessa aproximação.
A lepra tem um sintoma inicial muito característico: a insensibilidade. Uma pessoa, em dado momento, sente que certo ponto de seu corpo, provavelmente nas extremidades, está insensível. Nem frio, nem calor, nem mesmo a picada de um alfinete são sentidos nessa parte de seu físico. Vai ao médico, faz um exame de sangue para tirar a dúvida. Pode ser lepra, ou morféia, ou mal de Hansen. Hoje em dia, um tratamento imediato poderá "conter" o progresso da enfermidade. Não havendo este cuidado, o doente em pouco terá a tristeza de ver o tecido de seu corpo desfeito pela doença. Chagas poderão surgir, a parte atingida terá que ser amputada, ou cortada, para resguardar a parte sadia de seu organismo.
O pecado tem sido comparado com a lepra. Ele torna os pecadores insensíveis ao calor do amor de Deus, ou ao frio da ausência do Pai Celeste, ou ainda às picadas de sua própria consciência. Insensibilidade é o estado da alma vencida pelo pecado.
No texto bíblico mencionado acima, vemos um homem coberto de lepra, segundo a informação precisa de Lucas. Isto leva-nos a pensar que a doença já estava em avançado estado. O próprio leproso, em suas palavras, faz nos entender assim quando diz: "Se quiseres, podes purificar-me". Certamente ele procurara todos os recursos da época, sem resultado. Ouvindo falar das curas realizadas pelo Mestre, encheu-se de esperança e veio àquele que realmente era o único que poderia curá-lo. Creu, veio, suplicou humildemente, e recebeu a saúde. A sua súplica foi um misto de dúvida e confiança: "Se quiseres, podes purificar-me". Parece que ele entendia que não tinha méritos e ao mesmo tempo confiava, porque soubera que outros já haviam alcançado benção semelhante.
O gesto de Jesus e a sua resposta foram imediatos e surpreendentes: estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: "Quero, fica limpo". De acordo com os preceitos da lei de Moisés, Jesus não poderia tocar o leproso.
Ele sabia, entretanto, que pelo seu toque não contrairia a enfermidade e sim transmitiria saúde. "Quero". Esse "quero", que aquele leproso não merecia, que eu e você também não merecemos, e esse toque que nenhum médico de ontem ou de hoje poderia repetir. Ele é expressão da graça e do poder de Deus. Foi Ele que purificou e curou aquele leproso, que me purificou e que pode curar ou purificar você também.
Com um mal incurável, aquele homem foi a Jesus, o único que poderia curar. O pecado é mal que mata e que somente Jesus Cristo pode curar com o seu sangue derramado no Calvário. Venha a Ele para ouvir também: "Quero, fica limpo". Este foi o encontro da purificação. Não estaremos necessitando de um encontro desses hoje?
(Retirado do livro Encontros com o Mestre – Autor: Alberto Blanco de Oliveira)Editora RenovarA Página Distribuidora de Livros

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